quinta-feira, 13 de julho de 2023

Bob Iger, CEO da Disney, faz duras criticas as greves em Hollywood

Executivo foi contra os pedidos do SAG-AFTRA e Writer’s Guild of America



Bob Iger, CEO da Walt Disney Studios, se pronunciou sobre as greves do Writer’s Guild of America e SAG-AFTRA, fazendo duras críticas a respeito dos pedidos dos roteiristas e atores [via Squawk Box, da CNBC].

  • “É muito perturbador para mim. Falamos sobre forças disruptivas neste negócio e todos os desafios que estamos enfrentando, a recuperação do COVID que está em andamento, não está completamente de volta. Esse é o pior momento do mundo para aumentar essa disrupção.”
  • “Nós entendemos o desejo de qualquer organização trabalhista de trabalhar em nome de seus membros para obter o máximo de remuneração e ser compensada de forma justa com base no valor que entregam. Conseguimos, como indústria, negociar um acordo muito bom com o sindicato de diretores, que reflete o valor de sua contribuição para esse grande negócio. Queríamos fazer a mesma coisa com os roteiristas, e gostaríamos de fazer a mesma coisa com os atores. Há um nível de expectativa que eles têm, que não é realista. E estão somando ao conjunto de desafios que esse negócio já enfrenta. Francamente, é muito disruptivo.”

O sindicato dos atores de Hollywood tomou a decisão de entrar em greve depois das negociações com a associação de produtores (AMPTP, que representa os grandes estúdios) não terem avançado sem entrar em nenhum acordo sobre novos contratos. Essa se torna a primeira vez que atores e roteiristas (Writer’s Guild of America) entram em greve simultaneamente em mais de 60 anos. Enquanto a paralisação estiver acontecendo, os atores dos EUA não poderão:

  • Filmar nenhuma produção para cinema, streaming ou TV
  • Participar de coletivas de imprensa 
  • Participar de estreias ou tapetes vermelhos
  • Promover qualquer trabalho na San Diego Comic-Con 2023

Fran Drescher, líder do SAG-AFTRA, declarou que as respostas da AMPTP sobre suas propostas mais importantes foram “insultantes e desrespeitosas com nossas contribuições para a indústria”, e ainda acrescenta:

  • “As empresas se recusaram a se envolver significativamente em alguns tópicos e em outros nos bloquearam completamente.”

As principais propostas na greve dos atores e roteiristas, envolvem:

  • Reajuste de valor residual, ou seja, o dinheiro que atores e roteiristas recebem por reprises de séries, como acontece no caso de Friends e outros títulos que são reprisados constantemente
  • Equiparação do valor residual tanto na TV quanto no streaming, que tende a ser um pagamento mais baixo.
  • Debate do uso de inteligência artificial em filmes (para substituir atores, e no caso dos roteiristas, escrever a base de um roteiro de uma produção)

Entre os motivos citados pelo SAG-AFTRA para a solicitação de um novo acordo com os produtores, temos a questão da inflação e a diminuição de poder de compra nos EUA sendo mencionada. 

Até agora, nenhum dos tópicos citados foram aceitos pela associação de produtores, sem uma previsão para negociação. Diversos donos de estúdios, como Bob Iger (Walt Disney Company), David Zaslav (Warner Bros. Discovery) e Ted Sarandos (Netflix) foram contra as propostas do SAG-AFTRA.

Sem dúvida, o maior impacto que a greve causará a longo prazo será nos atores e roteiristas que estão em início de carreira ou não tem um nome consolidado na indústria. 

Consequentemente, diversas produções de Hollywood nos próximos meses podem ser pausadas e adiadas para o futuro. 

A indústria cinematográfica, televisiva e de streaming está totalmente paralisada até o firmamento de um acordo. Os únicos projetos que se salvam são produções sem script e sem atores como reality shows, e projetos internacionais que não precisam de aprovação do sindicato de atores e roteiristas dos Estados Unidos para acontecer.

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